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Licenças CC

O capítulo brasileiro do Creative Commons é uma organização sem fins lucrativos que permite o compartilhamento e uso da criatividade e do conhecimento através de instrumentos jurídicos gratuitos – as licenças CC. A página do projeto, no Brasil, tem bastante material sobre o uso das licenças, tutorial para ajudar a escolher as licenças e material de mídia para explicitar a licença utilizada.

O Creative Commons Brasil lançou, em 2021, a primeira cartilha sobre licenças livres, chamada O que você precisa saber sobre Licenças CC”. Ela foi pensada para todas as pessoas que queiram conhecer os conceitos fundamentais de direito autoral e de licenciamento livre, e utilizar obras em Creative Commons ou licenciar suas obras.

Você pode consultar também esta cartilha que é bem didática:

O que você precisa saber sobre licenças CC

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Cultura

Carnaval

Por Luiz Antonio Simas
@simas_luiz

Carnaval de rua

Tenso e intenso, como lâmina e flor, o Carnaval assusta porque nós coloca diante do assombro da vida.
Num mundo cada vez mais individualista, o Carnaval assusta porque afronta a decadência da vida em grupo, reaviva laços contrários à diluição comunitária, fortalece pertencimentos e sociabilidades e cria redes de proteção social nas frestas do desencanto.
A festa é coisa de desocupados? Fale isso para as trabalhadoras e trabalhadores da folia. O carnaval é também, para muita gente tratada como sobra vivente, alternativa de sobrevivência material, afetiva e espiritual.
Escolas de samba, por exemplo, constituíram-se como instituições comunitárias das populações afro-descendentes. Possuem ainda, mesmo com todos os dilemas, setores orgânicos que a partir delas elaboram sentidos de interação de mundo.
Por isso afirmei que o carnaval está sob ataque faz tempo: os higienistas da casa grande querem eliminá-lo, os tubarões do mercado querem gentrificá-lo, os mercadores da fé querem atrelá-lo ao imaginário do pecado. O Brasil não inventou o Carnaval, é certo.
Mas o povo do Brasil vivenciou de tal forma o Carnaval (na pluralidade de suas manifestações) que ocorreu o inverso: foi o Carnaval que inventou um país possível e original, às margens do projeto de horror que historicamente nos constituiu.
É perturbador para certo Brasil – individualista, excludente, sisudo, inimigo das diversidades, trancafiado – lidar com uma festa coletiva, inclusiva,alegre, diversa e rueira.
Tenso e intenso, como lâmina e flor, o Carnaval assusta porque nos coloca diante do assombro da vida.