29.DEZ
2022
Tive a oportunidade de visitar os campos de concentração e extermínio de Auschwitz I e Birkenau (Auschwitz II), hoje transformados em museus. Recolhi algumas imagens fotográficas. Pelo olhar, guardei outras tantas, que não esqueço. Tomei contato com números, busquei compreender as motivações, invoquei as explicações fundamentadas que pudessem justificar a lógica da guerra e a ambição do poder, a historicidade dos fatos, o desfecho dos acontecimentos. Queria poder dizer algo neste momento, mas nada parece ser suficiente.
Hannah Arendt, na obra As origens do totalitarismo já se dava conta desta dificuldade: “compreender não significa negar o ultrajante, subtrair o inaudito do que tem precedentes, ou explicar fenômenos por meio de analogias e generalidades tais que se deixa de sentir o impacto da realidade e o choque da experiência. Significa antes examinar e suportar conscientemente o fardo que os acontecimentos colocaram sobre nós — sem negar sua existência nem vergar humildemente a seu peso, como se tudo o que de fato aconteceu não pudesse ter acontecido de outra forma. Compreender significa, em suma, encarar a realidade, espontânea e atentamente, e resistir a ela —qualquer que seja, venha a ser ou possa ter sido.”
Primo Levy, um sobrevivente de Birkenau, se escreve no livro memorialista Se questo è un uomo (“É isto o homem?”, na versão brasileira).
Por fim, “para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”.
Links com mais informações:
Site do museu, com muita informação e documentação (inglês) Site do museu
Tour guiado, passando por Auschwitz I e II (Birkenau) Tour Guiado/
Muitas imagens com a opção de panorâmica. Imagens panorâmicas