24.DEZ
2022
Hoje fizemos um passeio pelo centro de Kalisz. A imagem de destaque é o símbolo da prefeitura. Estima-se uma população aproximada de 100 mil habitantes. Uma cidade fundada no séc IX, mas existem indícios de que já era um ponto de parada para as caravanas romanas, na trilha do âmbar (em direção ao norte, no mar Báltico), no séc II. O artesanato usando fragmentos de âmbar é bem intenso e a cidade dispõe de muitos pontos de venda.
Existe um núcleo que ainda conserva estes traços chamado de “cidade velha”. Prédios administrativos se misturam com grandes praças e alamedas que contornam a cidade. Este esboço mostra como a cidade foi construída. O rio Prosna abre-se em duas vertentes que depois se encontram novamente, formando uma proteção natural. Bem ao centro, o mercado e as ruínas de um castelo. O muro, de proteção à cidade foi destruído e possui poucos pontos preservados, bem como uma torre de vigília. Ruinas de um castelo estão preservadas e ocupa o coração da cidade velha.
O centro é bem medieval e conserva estruturas muito antigas, bem preservadas. Muitos prédios foram destruídas na 1a Guerra mas a cidade praticamente refez tudo. Neste aspecto, vale lembrar que Kalisz foi a cidade polonesa mais bombardeada durante a 1a Guerra (1914-1918). Foram 22 dias de cerco alemão, com bombardeios ininterruptos. Estima-se que morreram 60 mil poloneses, de um total de 65 mil.habitantes. A destruição foi intensa.
A presença de muitas igrejas – importantes pontos de resistência – também atravessa a cidade como um todo. Congregações religiosas e muitas igrejas ocupam a paisagem. O interior delas é bem rico e a figura do Papa João Paulo II (a cidade o chama de “nosso papa”) é presente nas lojas de souvenirs e lembranças. (Vimos isto também nas cidades de Cracóvia e Varsóvia).
No centro da cidade velha existe um parque que tem em uma das margens o rio e alguns prédios interessantes como o teatro, o clube de regatas da cidade, escolas e alguns outros prédios distribuídos ao longo do caminho. O interessante deste parque é que, mesmo com temperaturas baixas (no dia que passamos por lá estava na faixa de 3 a 5 graus positivos) as pessoas passeiam com animais, crianças e fazem caminhadas.
Visitamos ontem uma região próxima a Kalisz que é um ponto turístico interessante. Era uma casa de verão, usada por uma princesa, que data de 1592. Hoje, o local abriga o Museu Florestal de Kalisz e tem uma área de preservação de bisões. Esta área é mais ao centro da propriedade e não fomos até ela.
Fizemos uma curta viagem até Lodz, uma cidade onde moram parentes do Jakub. Lodz pode ser traduzida como barco e simboliza a cidade. Misturando o antigo e o novo, uma cidade pequena, mas com muita influência do stalinismo. Tivemos a oportunidade de conhecer um apartamento construído num bairro distante do centro, com todas as características da gestão soviética.
Nos chamou a atenção a preocupação com o isolamento acústico das rodovias que perpassam as cidades. Vimos isto quando fizemos o trecho Varsóvia-Kalisz e também parte do percurso Kalisz-Lodz. São grandes painéis que preservam as cidades da dinâmica das rodovias. As sinalizações são intensas e nos casos de entroncamento em 90 graus sempre se utilizam de grandes espelhos. O percurso atravessou algumas áreas agrícolas e a dinâmica é um pouco diferente da nossa. As casas ficam sempre coladas à rodovia e as áreas plantadas ficam atrás das casas.