14.JAN
2024
Fomos passar um dia em Resende Costa, considerada a capital têxtil de MG. Cidadezinha interiorana, a 45 km de São João del Rei. Estradas bem sinuosas, mas sem buracos e com um mínimo de plaqueamento.
Resende Costa e seu filho fizeram parte da Inconfidência Mineira. Condenados, o pai cumpriu a pena do degredo na África. A cidade tem raízes no artesanato têxtil desde o período colonial. As mulheres e ex libertos da escravidão já se ocupavam destas atividades enquanto os homens ofereciam os produtos em lombos de burro nas cidades vizinhas.
A cidade tem duas grandes áreas demarcadas. Uma, que engloba o centro histórico, ao final da área de comércio. Na verdade, o comércio concentra-se em uma longa avenida com mais de 130 lojas de puro artesanato têxtil. Entremeada com cafés e lanchonetes, mas com o foco no artesanato têxtil. Vimos alguns teares e muito movimento de turista. Preços muito honestos e com grande variedade de tons e tipos de linha utilizadas na confecção.
Do centro histórico se avista uma outra área, mais residencial, longe do burburinho dos turistas. Isto é possível a partir do mirante da cidade, construído sobre um grande lajedo cujos habitantes originais eram os lagartos, calangos ou lagartixas. O mascote herda seu nome e é presente em todas as lojas, atendendo pelo nome de tixa.
Logo na chegada fomos ao CAT (Centro de Atendimento ao Turista) que o waze insiste em chamar de cat (versão inglesa de gato). AI sempre me pergunto se as máquinas poderão assumir mesmo o controle do mundo. Mas esta é outra prosa. No CAT encontramos banheiros limpos, água e muita informação por parte do Lucas, que nos atendeu e ainda fez uma média com os polacos agradecendo na língua materna deles. Claro que ganhou simpatia. De qualquer forma, um conceito muito interessante que praticamente não se vê nas demais cidades turísticas.
Ao visitarmos a igreja no centro histórico me deparei com algo inusitado. A praça tem sentido de direção contrário ao habitual. Quando entrei na contra mão fui advertido por um taxista: “aqui é mão inglesa!” e, mais tarde, vi uma placa burocrática sinalizando que a mão de direção era invertida.
Vale também o registro de um legítimo café coado que tomamos em uma lanchonete na avenida central. Pessoal gostou muito da dinâmica dos cafés individualizados, com um ganho grande do cheiro que o processo permite. Sem contar que o café era bom mesmo (quanto mais nos aproximamos do sul de MG, melhor vai ficando o café!).