30.DEZ
2022
Depois de dez dias na Polônia tivemos a oportunidade de visitar Umea, cidade ao norte da Suécia onde moram Gaia e Jakub. Experimentamos temperaturas negativas em boa parte dos dias, inclusive com -15°C e sensação térmica de -20°C. De antemão já digo que não é para principiantes!
Claro que contamos com a experiência de quem enfrenta esta situação todo ano. E, como não poderia deixar de ser, tem solução para tudo. Mas é importante registrar que os prédios são construídos para estas situações. Isolamento térmico adequado, vidros triplos nas janelas, aquecimento na casa e piso do banheiro.
Mas a neve tem seus caprichos e não adianta lutar contra. 14h00 e o sol já avisou que tá indo embora. Aproveite!
Mas tem um aspecto positivo. Vc tem um grande freezer a céu aberto. cerveja sempre geladinha…
Fomos ao supermercado. Os processos são muito automatizados e o nível de confiança na honestidade das pessoas é muito grande. Ao chegarmos ao supermercado você cadastra seu cartão de crédito/débito e, em seguida, é liberado um leitor de código de barras para você. Na Suécia praticamente não se faz uso de dinheiro físico.
Feito isto, é só ir fazendo a leitura e colocando no carrinho/bolsa. Os itens que envolvem peso podem ser pesados e depois só selecionar , a partir da balança, o valor a ser pago. Grande parte das coisas já vem pré embalados, em quantidades proporcionadas. Isto facilita muito o processo. Quanto ao câmbio, pense que 10 koroas suecas equivalem a 4 reais. Cerveja só é permitida se for de teor alcoólico inferior a 3,5°. Demais bebidas não são vendidas em supermercado.
Ao final do processo você gera uma lista provisória dos itens. O atendente decide se quer conferir todos os itens, apenas algum de amostra ou libera a compra. Nas duas vezes que fomos, conseguimos as duas coisas. Na primeira compra liberou sem conferir e, na segunda, fez a operação padrão.
A Suécia tem uma preocupação grande em conter os casos de alcoolismo. Os períodos de inverno são longos e em boa parte o sol não fica por mais de quatro horas. por isto possuem uma política ostensiva de controle de bebidas alcoólicas. Neste local que fomos eles incentivam a devolução de bebidas não consumidas e não funcionam em feriados ou depois das 18 horas. As prateleiras são bem organizadas e existem muitas informações. Caso você esteja procurando por alguma bebida que não estava disponível você pode fazer a encomenda. Tem uma equipe especializada para ajudar na escolha de bebidas para eventos, dependendo do motivo e do cardápio. E isto sem custo!
Cerveja só é permitida a venda em supermercados regulares se for de teor alcoólico inferior a 3,5°. Demais bebidas não são vendidas em supermercado.
As imagens abaixo são de um local próprio para a venda exclusiva de bebidas.
Fomos à Biblioteca municipal. Um espaço muito bacana e com uma abordagem própria para as crianças. Na área das crianças tudo é montado pensando nas crianças. O mobiliário, as decorações, as áreas de interesse. No meio das estantes existem nichos para que a criança se acomode e fique lendo o que ela escolheu. Uma parte grande de jogos, espaços para acompanhamento de pais, mesas para jogos, espaço com uma mostra itinerante, clube de leitura infantil, pacotes multimídia para as crianças levarem, espaços com literatura LGBTQ+ com identificação de arco iris. Enfim, uma biblioteca muito organizada.
Fizemos uma vista em um museu híbrido. Uma grande parte é composta por habitações da cidade de Umea. Tem desde ocas de povos originários até outras mais recentes. Estas ficam a céu aberto e foram transportadas para esta área externa.
Já na parte interna estava em exposição uma mostra de fotografia e memória da população. Segmentaram por décadas e por assunto, ficando bem interessante. Muitos objetos antigos e que mostram como as coisas vãos sendo aperfeiçoadas ao mesmo tempo em que as expostas carregam o ar do antigo. Como era de se esperar, o térreo tem um espaço para café e bolo.
Fizemos um tour pelo centro. Muito espaço e um respeito grande pelos pedestres. Muitas galerias e muita coisa no esquema de pegue e pague.
Fomos a esta rede de lojas que é referência na Suécia. No estilo faça você mesmo existem muitas lojas conectadas. Não existe o modelo de corredor e as lojas ficam com as portas abertas para receber o cliente. Você caminha por dentro das lojas e vai saindo de uma e entrando na outra. São como departamentos. Um conceito muito interessante! E tem uma área de alimentação muito bem estruturada. Com direito a leite se não quiser refrigerante ou água.
Como meu perfil não ajuda muito não quis arriscar nenhum movimento que pudesse comprometer minha condição física. Mas fui apresentado ao esqui, snowboard e cross country. Para quem nunca viu a coisa é bem simples. Muda-se o equipamento e as botas. No esqui, as botas pesam 3kg cada uma e o equipamento básico de 5 a 6kg. Muito metal envolvido. Só por ai você já vê que a coisa é pesada. Os demais vão ficando mais leves, de fibra, e quem sabe, com muita paciência e jeito pode dar pra encarar. Seguem as fotos dos equipamentos de Jakub e Gaia.
O que cheguei mais perto de usar foi este grip aqui para não escorregar no gelo. Você coloca por cima da bota e é uma maravilha.
As renas pastando preguiçosamente.
Tentamos ver as renas no seu habitat, mas não tivemos sucesso. O pessoal que cuida dos rebanhos sinaliza, ao longo da estrada, com uns sacos pretos que indicam que as renas podem estar próximas à rodovia. Nós andamos uns 30 km de carro, mas não obtivemos sucesso. Não conseguimos ver as danadas. De concreto comemos um prato saboroso, de carne de rena. Talvez o mais saboroso da viagem toda.
Purê de batatas, carne de rena, manteiga temperada com tomilho, algum berry agridoce.
E as renas? Apareceram tardiamente… Gaia me mandou este vídeo, dia 07/fev, que mostra as bichanas bem tranquilas, pastando neste mundo branco.
As renas pastando preguiçosamente.
Na volta pra casa vimos um pouco da rotina de controle e cuidado com as partes que não podem congelar no avião. Foram bens uns 10 minutos nesta limpeza e degelo. Mas parece que deu certo, pois chegamos bem!