11.JAN
2024
Encerrando nosso período em Tiradentes, rumamos para Lavras – cidade que abriga a Universidade Federal de Lavras (UFLA) onde Gaia ingressou para fazer Engenharia Florestal, através do primeiro Enem. A estrada mais curta foi descartada por conta das condições de pavimentação.
Voltamos mais uma vez a São Tiago (mais biscoitos e café) e terminamos por chegar em Lavras no início da tarde. Fomos ao campus e, qual não foi nossa grata surpresa, quando presenciamos o carinho de uma servidora de algum dos laboratórios da florestal que reconheceu Gaia, chamou para uma prosa e pôs a conversa em dia. Coisa que os mineiros fazem com excelência. Visitamos alguns prédios e seguimos para Varginha-MG, nosso próximo ponto de parada.
Varginha foi um período marcante para nossa família. Fomos morar em Varginha em 2003. Saímos de Varginha em 2013, quando ingressei como efetivo no IFAP. Nos anos anteriores, Gaia foi morar em Lavras e Dionisius em São Carlos, ambos para começar a saga de um curso superior e ganhar autonomia – projeto que se mostrou acertado, quando olhamos com o distanciamento do tempo.
Desde que saímos, passamos apenas uma vez em Varginha, para entregar uns documentos de escola no ano de 2022, e foi tudo corrido, pois estávamos indo para BH naquela oportunidade.
Quando adentramos na cidade em 2023, tudo nos pareceu muito diferente. A mudança do sentido das ruas, uma imensidão de construções novas e as mudanças no centro trouxeram a sensação de que as referências precisariam ser atualizadas. Aquela não era a Varginha que conhecíamos (de novo, Heráclito: as coisas não são, elas são sendo).
Nos hospedamos em um hotel instalado em um prédio que, desde que chegamos em 2003, era abandonado, só com as fundações e estruturas de concreto, sem as paredes, mas com a promessa de que seria um centro comercial ou shopping. A cidade construiu um grande shopping, mas em outro lugar muito diferente. Mas o prédio foi ocupado por uma rede hoteleira.
Além das muitas lembranças, comer a traíra sem espinha do Bar do Ernesto era ponto de honra. Não poderíamos nos furtar a este momento. Ficamos na fila, do lado de fora, mas ocupando parcialmente uma mesa itinerante até que vagasse uma mesa pra oito pessoas – combinamos de encontrar com nossa amiga de velhos tempos, a Carina e sua nova família.
Aqui fica o registro do carinho grande que temos por ela. Amizade gratuita que surgiu nos tempos do mestrado. Apaixonada pela literatura, me ajudou muito a entender a dinâmica da literatura que não passa pelo logos grego, mas que tem seu próprio caminho e que nos enreda em veredas desconhecidas e por descobrir.
Voltando ao Ernesto, tivemos que explicar aos poloneses que você não precisa reservar uma mesa no boteco com antecedência. Você pode ir e ficar tomando uma cerveja em pé até vagar a mesa, ou sentar numa mesa, na calçada até que uma mesa seja disponibilizada, enfim. Certo é que ficaram em pé, tomaram umas na mesa enquanto esperavam e depois foram pra dentro – mas por conta do calor, acharam que a temperatura fora era melhor que a do interior do boteco. Comemos fartamente, como de costume.
Visitamos o monumento icônico do ET, debaixo da nave (caixa d’água de aço inox no formato de nave extraterrestre), tomamos um café na casa da Carina, almoçamos na Venda do Chico e fechamos mais esta etapa.